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Problematizando

Os “moleque” é problemático: reflexão sobre meninos e meninas, maturidade no relacionamento e amizades.

De um lado, temos as afirmações de que mulheres amadurecem mais rápido que os homens, devido ao precoce desenvolvimento físico que influencia no amadurecimento mental. De outro, temos afirmações de que a questão social faz com que meninas sejam obrigadas a amadurecer mais rápido e agir como mulheres mais cedo, enquanto homens permanecem tendo o aval de molecagem até os quarenta anos.

Sem entrar na questão de qual teoria é a correta, importa confirmar e afirmar que, sim, o comportamento feminino se difere drasticamente do masculino quando o assunto é maturidade, amizades e relacionamento. Esse texto é na verdade, um apanhado de experiências pessoais e de experiências que ouvi de amigas, sobre o curioso mundo dos homens e de seus vínculos de amizades, quando estão dentro de um relacionamento, e muito mais, quando saem deles.

O que acontece normalmente em um relacionamento, é o afastamento inicial do indivíduo do seu círculo de amizades: deixa de frequentar as festas, os “roles” de fim de semana e deixa de ter os mesmos objetivos que os amigos e amigas solteiros possuem. As mulheres preservam ao seu lado aquela melhor amiga e duas ou três amigas com quem divide alguns segredos, sai de vez em quando para tomar um chope e jogar conversa fora, DE VEZ EM QUANDO.

Se tratando dos homens no quesito: lidar com as amizades no namoro, é nesse ponto que acontece o curioso fenômeno que separa em duas categorias o gênero masculino: homens X moleques. Usarei o termo “moleque” porque a maioria dos caras que se encaixam nessa categoria, agem como um.

O cara maduro, estando em um relacionamento, consegue manter o contato com os principais amigos, os parceiros do futebol que ele vê uma vez por semana, e um ou dois amigos para sair e espairecer vez ou outra. São casuais, sérios e conscientes de seus limites.

Chamo de “molecagem”, as atitudes que vejo com frequência, daqueles caras que preservam ao lado dele um exército inteirinho. Aqueles caras que passam o sábado todo bebendo ou jogando videogame com boa parte da molecada futebol clube, enquanto a namorada talvez estivesse com vontade de fazer algo em casal, sair para tomar um sorvete, conversas sobre coisas interessantes ou apenas passar a tarde vendo TV. E acontece que as mulheres nessa situação geralmente são compreensivas demais, não se importam com o futebol, não se importam com o “happy hour” no fim de semana, mas, não contentes com toda a liberdade que possuem, eles querem ainda mais e aí quando surge alguma discussão e o assunto são os amigos, claro… a errada é sempre a namorada, que fica muito no pé.

Quão burro é o cidadão que prefere ficar na casa dos amigos assistindo jogo no domingo, ouvindo bobagem, falando mal das namoradas, invejando a vida de solteiro, sendo influenciado por eles, enquanto a mulher que o ama, recém-formada na faculdade, trilhando caminhos para um futuro brilhante, desejava ficar mais tempo ao lado dele naquela mesma tarde?

Poderia parar esse texto meio bobo por aqui chegando à conclusão “Simples, agem como moleques porque não querem ou não conseguem estar em um relacionamento”, no entanto, surge a segunda parte das situações observadas. Quando uma mulher termina um relacionamento e deve agora retomar sua vida com as amigas, tudo acontece de maneira natural e sensata. Nos primeiros dias vêm os desabafos, brigadeiros na casa da amiga e aos poucos começam a sair e frequentar festas, conhecer novas pessoas, tudo na maior tranquilidade e normalidade.

Já o garotão, recém-solteiro, terminando com a namorada, dá início a um relacionamento seríssimo com a tropa de amigos. Adquirem a curiosa mania de andar em bando. É passível de estudos, o modo como eles decidem viver uma vida em conjunto, dormem juntos, vão ao banco juntos, saem para comer todo dia juntos e gostam de beijar na boca juntos também, cada um com sua respectiva parceira, seja em um cineminha ou no “role”.

Videogame, futebol, carros e bebedeira: assim se resume a vida do garotinho de vinte e cinco anos, que fica vislumbrado com toda libertinagem que passa a ter e se esquece de que a adolescência já foi, que agora é um adulto e que deveria se comportar como tal. É profundamente patético.

Desejo do fundo do coração, que amigas e colegas de caminhada, consigam detectar o probleminha que afeta grande parte dos “homens”, antes de iniciar um relacionamento, irão evitar grandes decepções. Gostaria de dizer que isso não é um tutorial sobre qual o comportamento correto, tanto de homens quanto de mulheres. Eu até adoraria ver a mulherada marcando aquela pelada com as parceiras, se sentindo “donas do mundo” dentro de um carrinho rebaixado, ou ainda andando em bando com todas as meninas do grupo do whatsapp, porém amigos, aqui está a análise da realidade, isso não acontece.

E será que existe problema no comportamento dos homens-meninos?

Em um primeiro momento, não. Mas ouse se relacionar com um e tirará a prova dos nove. O cara fica cada vez mais velho só que mais parecido com seu irmão mais novo. Vai ver como é bom apresentar para os seus pais, um carinha que anos depois vai te envergonhar com atitudes extremamente infantis e grosseiras.

Por isabelanascimento

Professora e bacharel em Letras e Língua Espanhol, Mestra em Estudos literários com foco em ficção brasileira contemporânea.
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